*Por Carlos Artioli – Secretário Sindical do PCdoB Campinas/SP
Dia 29 de novembro é considerado o DIA INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO. Foi instituído mundialmente como resistência ao colonialismo e ao imperialismo a partir da Resolução 181 da ONU, que em 1947, após a 2ª guerra mundial, estabeleceu a “partilha” do território Palestino, sem sequer uma consulta aos povos originários daquela região, árabes na sua maioria e palestinos, impondo a divisão daquele território criando 02 Estados – Palestina e Israel.
Esta decisão está fundamentada no processo histórico quando a Palestina era parte do Império Otomano e a Grã-Bretanha força imperialista e colonial capitalista no mundo, que sustentava a necessidade de preservar seus importantes interesses econômicos na região e que tal feito precisaria de que uma colônia judaica europeia se estabelecesse na Palestina, isso em 1840, ainda no século XIX.
Esta ideia toma corpo a partir dos fundamentos colonialistas na Europa Ocidental, através das teses elaboradas por Theodore Herzl, filhos de família de banqueiros europeus, considerado o teórico do sionismo. Em 1896 ele escreve o Livro “O Estado Judeu”, ideias supremacista e racistas, onde indicava a necessidade de construção de um Estado próprio para os judeus. Para angariar apoio, sustentava junto às potencias europeias que tal Estado seria uma fortaleza de resistência contra a Ásia, utilizando-se da condição de representação dos grandes grupos financeiros à época. Encontrou na presença da Grã-Bretanha colonialista e o Império Turco-Otomano, na Alemanha, nos banqueiros, industriais, comerciantes judeus, aliados importantes para ocupar toda Palestina em um prazo de 50 anos.
Após a 1ª guerra mundial, crise capitalista gravíssima na Europa, com os países endividados por causa da guerra, surge a Declaração de Balfour – o britânico Arthur James Balfour, Ministro de Relações Internacionais à época, respondendo à família do banqueiro todo poderoso Rothschid, se comprometendo a criar este “lar” naquela região. Para tanto utilizaria seus recursos militares de proteção aos judeus e sua influência sobre o Império Otomano, e que para tanto forças externas e judeus europeus foram mobilizados para ocupar mesmo utilizando violência contra a população originária palestina. A resistência palestina remonta desde 1936, já com presença de judeus sionistas europeus na região, sendo armados pela Grã-Bretanha para cometer os mais bárbaros assassinatos do povo palestino.
Diante dos conflitos e o fim da 2ª Guerra Mundial, a Liga das Nações à época delega à Grã-Bretanha a administração temporária daquela região. É quando a ONU, pressionada pela situação territorial política e econômica, aprova a Resolução 181 em 1947 de partilha com a criação de 02 Estados – Palestina e Israel.
Em 1948, os sionistas através do Estado de Israel, desobedecendo tal resolução, mediante terrorismo, violência e forte aparato militar e armamentos fornecidos pela Inglaterra e os EUA, promovem a NAKBA (catástrofe) dos palestinos. Exterminou população palestina, roubou terras, estuprou suas mulheres e assassinou crianças, destruíram mais de 540 cidades e ou aldeias, expulsando 80% da sua população, que se estabeleceram um campos de refugiados em países vizinhos e na própria Gaza e Cisjordânia.
A máquina de limpeza étnica promovida pelo Estado de Israel nunca parou. Desobedece constantemente ao Direito Internacional de autodeterminação dos povos. Submeteu a população Palestina ao apartheid, regime racista, demolindo suas casas, hospitais, universidades, escolas, impedindo o acesso aos bens naturais como água, energia e desenvolvimento econômico sustentável.
Em Gaza, antes de outubro de 2023, viviam dois milhões e quatrocentos mil palestinos, equivalente a duas cidades de Campinas, em sua maioria refugiados expulsos em 1948. O genocídio contra o povo palestino, mesmo já denunciado nas grandes manifestações de milhões de pessoas ao redor do mundo, ainda continua, pois Israel conta com o apoio incondicional do imperialismo dos EUA. Os ataques de Israel a partir de outubro de 2023 foram e estão sendo condenado por todos os organismos internacionais de Direitos Humanos, pela maioria dos países e mais recentemente pela condenação junto ao Tribunal Penal Internacional de promover crimes de guerra e contra a humanidade, sendo decretada e emitido mandado de PRISÃO DE BENJAMIM NETANYAHU – SIONISTA PRIMEIRO MINISTRO DE ISRAEL E O EX MINISTRO DE DEFESA YOAV GALLANT.
Após 420 dias de ataque do Exército Israelense, este são os resultados:
TOTAL – 55 mil ASSASSINADOS, considerando 10 mil desaparecidos nos escombros ainda não retirados.
CRIANÇAS – 17.659 ASSASSINADAS (17.492 em Gaza e 167 na Cisjordânia), 4 mil desaparecidas sob os escombros. TOTAL DE 21.659 CRIANÇAS ASSASSINADAS.
MULHERES – 12.679 EXTERMINADAS, com 700 desaparecidas nos escombros.
PROFISSIONAIS DA SAÚDE – 1054 entre médicos e outros profissionais.
JORNALISTAS – 188 profissionais da comunicação foram assassinados.
FUNCIONÁRIOS DA ONU – 203.FERIDOS – 110.817, quase todos com gravidade e na maioria mutilados pelas armas letais e “ilegais” de guerra.
(Os dados do genocídio, presentes neste resumo, foram extraídos do site do Escritório Central de Estatísticas Palestino, que utiliza como fonte o Ministério da Saúde da Palestina, e da ONU, de seu Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários – OCHA, pela sigla em inglês).
Diante deste cenário, o governo Lula tomou posição de exigir condenação aos crimes de guerra promovidos por Israel, apoiou a Africa do Sul no processo de condenação junto ao Tribunal Penal Internacional. No entanto, é necessário avançar nesta questão. Exigir sanções econômicas junto a ONU e seu Conselho de Segurança e aqui no Brasil romper relações diplomáticas com o Estado Sionista de Israel. Demonstração de solidariedade efetiva contra o genocídio em curso nas terras palestinas.
Portanto, 29 DE NOVEMBRO – DIA INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO é a representação de luta da humanidade pelo direito ao território e por sua história.
DIGA NÃO AO GENOCÍDIO PALESTINO!
PELO ROMPIMENTO DAS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM ISRAEL!
CESSAR FOGO JÁ! PALESTINA LIVRE!








Uma resposta
#PalestinaLivre